Crianças criadas em casas violentas geralmente pensam que quem sofre abuso, merece

junho 13, 2017
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Illustration of someone hitting a child and a woman seeing it. Image Credit: Katie BeukemaANN ARBOR – Crianças que testemunham violência doméstica podem acreditar que as pessoas que sofrem agressão merecem o abuso físico ou verbal, descobriu um novo estudo da Universidade de Michigan.

Muitas crianças vivem em casas onde estão expostas aos seus pais sendo atingidos de alguma forma, apanhando, sendo empurrados ou ameaçados com arma ou faca por um parceiro romântico atual ou anterior. A pesquisa analisou quais atitudes e crenças eram comuns nesses lares e estudou especificamente as crenças sobre se esse comportamento era aceitável.

Dois grupos participaram do estudo: um com 120 mulheres e crianças expostas à violência doméstica no Sudeste de Michigan e no sul de Ontário; e um segundo grupo com 78 mulheres de língua espanhola do sudeste do Michigan, norte de Ohio e uma cidade na fronteira do Texas e do México.

As crianças, com idades entre 4-12 anos, responderam perguntas sobre se elas acreditavam que as pessoas atingidas mereciam ser atingidas e quem era o culpado da violência. As mães foram questionadas sobre os sintomas depressivos experimentados nas últimas duas semanas.

Os níveis de depressão e violência foram altos entre as famílias. Surpreendentemente, apesar de serem vítimas de violência, essas mães muitas vezes não ‘descontaram’ e também bateram em seus filhos. Em vez disso, preferiram se engajar em parentalidade positiva.

Algumas crianças entrevistadas acreditam que a briga é a única maneira de resolver problemas e que quando os pais se desentendem, a culpa é sempre das crianças.

Mas houveram algumas crianças que não acreditavam que a violência fosse merecida. Na verdade, essas crianças pareciam ter desenvolvido alguma resiliência à exposição à violência doméstica. No entanto, ainda não há uma resposta clara sobre como ou porque isso aconteceu, diz Andrew Grogan-Kaylor, professor da Escola de Serviço Social da U-M e principal autor do estudo.

O autor do estudo explica que novas pesquisas são necessárias para criar intervenções que direcionem mais efetivamente o pensamento das crianças sobre a violência.

As descobertas aparecem na atual edição do Journal of Child and Family Studies.

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