Depois de um derrame, cada minuto conta: guia nacional atualizado dos médicos especialistas em derrame cerebral da U-M

março 4, 2013
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As novas recomendações de emergência necessárias após um derrame cerebral ou AVC (acidente vascular cerebral) estão em sincronia com uma pesquisa da U-M, que mostra que os hospitais comunitários podem, seguramente, oferecer um tratamento chave

Um modelo 3D de um cérebro humano.ANN ARBOR—Desde o momento que uma pessoa começa a sentir os sintomas de um AVC, o relógio começa a rodar.

Cada minuto que passa pode fazer a diferença em quão bem o cérebro, os braços, as pernas, a fala ou a capacidade de pensamento se recuperam.

Agora, as novas diretrizes nacionais para o tratamento depois de um AVC – de coautoria de um membro do Programa Compreensivo de Derrame Cerebral da Universidade de Michigan – deixa bem claro o quanto os minutos contam. Elas também apresentam os procedimentos oferecidos pelos hospitais que trabalham com emergências após um derrame, incluindo hospitais comunitários como o involvido em uma recente pesquisa liderada por um estudo da U-M sobre os cuidados depois de um AVC.

As diretrizes da Associação Americana de Derrame Cerebral são publicadas no jornal Derrame (Stroke) da Associação Americana do Coração. Entre os autores está Phillip Scott, médico de emergência e membro do Programa Compreensivo de Derrame Cerebral da U-M.

Seguem alguns pontos importantes:

  • 90% – essa é a proporção das vítimas de um AVC, que tem os sintomas causados por coágulos que bloqueiam os vasos sanguíneos no cérebro, fazendo com que eles sejam potenciais candidatos para um tratamento anti-coagulante se chegam ao hospital a tempo.
  • 911 – é o número que as pessoas devem chamar imediatamente após alguém começar a sentir os sintomas de um AVC, para que o paciente possa chegar a um hospital que trata pacientes com derrame, o mais rápido possível.
  • 4,5 horas – é o número máximo de horas que podem passar entre o início dos sintomas de um AVC e o começo do tratamento anti-coágulo, conhecido como tPA (ativador do plasminogênio tecidual). Muitos pacientes atrasam a procura por cuidados, perdendo minutos preciosos.
  • 2 milhões – é o número aproximado de células cerebrais (neurônios) que se perdem a cada minuto extra antes do início da restauração do fluxo de sangue depois de um AVC. Quanto mais rápido o tratamento, melhor.
  • 60 – é o número de minutos entre o momento que uma vítima típica de um AVC consegue chegar a um hospital, e o momento que ela recebe o tratamento para romper o coágulo sanguíneo no cérebro. Este “tempo porta-agulha” inclui o tempo que leva para um scanner celebral informar se um coágulo ou uma hemorragia estão causando o AVC.
  • 4 – é o número de letras da palavra “FAST” (RÁPIDO), que é um modo fácil de se lembrar dos sinais súbitos de um AVC:

Rosto caído: Um dos lados do rosto fica caído ou dormente?

Fraqueza no Braço: um dos braços fica fraco ou dormente?

Dificuldade na Fala: a fala fica arrastada, você fica impossibilitado de falar ou é difícil de te entender?

Tempo para chamar o 911: Se você tiver algum desses sintomas, mesmo se os sintomas passarem, ligue para o 911 e vá para o hospital imediatamente.

24/7 – São as horas do dia que todos os hospitais devem estar prontos para tratar uma vítima de AVC, não importa que nível de cuidado pós derrame que o hospital pode oferecer.

Transporte médico aéreo e suporte de telemedicina de grandes hospitais especializados em derrames, como a U-M, devem ser usados para complementar o cuidado que qualquer hospital pode fornecer, dizem as diretrizes.

As novas diretrizes recomendam integrar as redes regionais de centros compreensivos em derrames (que oferecem 24/7, tratamentos altamente especializados para todos os tipos de derrame); os centros primários em derrames (que fornecem 24/7 cuidados especializados principalmente para o AVC Isquêmico); e os hospitais prontos para derrames agudos (que podem avaliar e tratar a maior parte de derrames mas não tem capacidade para tratamentos especializados), e os hospitais comunitários.

Entre outras revisões principais das diretrizes: se possível, os pacientes devem ser rapidamente transferidos para o centro de derrame mais próximo, que oferece cuidados primários ou para um centro compreensivo de derrame, que poderia implicar em transporte médico aéreo.

“Contudo, para pacientes levados a hospitais que não oferecem tratamentos especializados, a telemedicina e o suporte telefônico podem oferecer ajuda e acesso à especialidade necessária,” diz Scott. “Se algum hospital, que é parceiro de um centro que oferece cuidados primários ou de um centro compreensivo de derrame, decisões rápidas de tratamento podem ser tomadas para tratar dos pacientes.”

Scott dirige um hospital 24h com esforço em pesquisa, chamado INSTINTO (INSTINCT), financiado pelo Instituto Nacional de Doenças Neurológicas e Derrames, que avaliou a capacidade dos hospitais comunitários em fornecer tratamento de derrames com segurança e eficiência, com treinamento e suporte disponíveis 24/7 pela U-M.

Outras recomendações-chave das novas diretrizes incluem:

  • Comitês com foco na melhoria da qualidade multidisciplinar devem ser criados dentro dos hospitais para rever e controlar a qualidade dos cuidados com vítimas de derrame.
  • Os ‘retrievers stent’ – recentemente apresentados – podem potencialmente retirar grandes coágulos sanguíneos integralmente e com maior rapidez que o tPA. Mas esses dispositivos não devem ser um substituto para o tPA intravenoso e devem apenas ser usados em estudos clínicos para determinar se eles melhoram os resultados dos pacientes.