O envolvimento entre pais e adolescentes previne o uso de drogas, comportamentos sexuais de risco entre a juventude hispânica

janeiro 16, 2014
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Retrato da família latino-americano ao ar livre. (imagem)ANN ARBOR—Sem a orientação dos pais, os jovens latino-americanos têm maior risco de contrair HIV, porque ficam mais propensos a se envolverem em abuso de substâncias e comportamentos de sexo arriscado, segundo um novo estudo da Universidade de Michigan.

Mas a comunicação pai-filho e o envolvimento dos pais — que são exemplos de funcionamento familiar — podem reduzir esses comportamentos de risco em contrair o HIV.

“A parentalidade eficaz desempenha um papel fundamental no desenvolvimento da juventude latino-americana e pode ajudar a evitar comportamentos problemáticos, incluindo o uso de substâncias e comportamentos sexuais de risco,” disse David Cordova, professor assistente de Serviço Social.

O estudo é um dos primeiros a examinar o impacto das discrepâncias do funcionamento familiar entre pais e adolescentes, nos comportamentos de riscos associados ao HIV entre os adolescentes latino-americanos.

“Outros pesquisadores apenas se basearam em uma perspectiva do funcionamento familiar, não analisando os dados a partir de duas perspectivas diferentes, inclusive de ambos os lados, dos pais e dos adolescentes,” disse Cordova, que, esta semana, irá discutir os resultados com outros pesquisadores na convenção anual da Sociedade de Pesquisa e Serviço Social em San Antonio.

O estudo incluiu 746 estudantes hispânicos do oitavo ano do ensino fundamental e seus cuidadores primários que relataram o uso de álcool e drogas ilícitas nos últimos 90 dias e durante toda a vida, bem como a iniciação sexual precoce e o sexo desprotegido.

Os pais e as crianças responderam perguntas sobre o funcionamento familiar, baseado em seis fatores: parentalidade positiva, envolvimento dos pais, coesão familiar, comunicação familiar, monitorização parental de amigos e comunicação pais/adolescentes.

Quando os pais e os adolescentes relataram uma maior diferença em como eles percebem o contexto familiar, os jovens eram mais propensos a relatar o uso de drogas lícitas e ilícitas, tanto na sua vida como nos últimos 90 dias, e a terem relações sexuais mais cedo e sexo desprotegido.

Portanto, Cordova disse que o funcionamento familiar pode ajudar a conter as ondas de disparidades do HIV entre jovens latino-americanos.

Os participantes do estudo também avaliaram seu conforto e prazer com as práticas culturais americanas e hispânicas, tais como o uso da língua, a comida e as tradições. Quanto maior a diferença dos relatos de normas culturais latino-americanos dos pais e dos adolescentes, maiores são os efeitos negativos no funcionamento da família, a pesquisa mostrou.

Intervenções baseadas na família, projetadas para melhorar a comunicação entre o pais e as crianças e para reduzir as diferenças em como eles percebem o ambiente familiar, podem ser eficazes na redução e prevenção de comportamentos de risco de HIV em adolescentes latino-americanos, disse Cordova.

“Para efetivamente engajar as famílias hispânicas em programas de prevenção, os desenvolvedores de intervenções precisam considerar as barreiras sociais, políticas e institucionais que historicamente têm impedido esta população de ter qualidade e igualdade ao acesso de programas e serviços,” ele disse. “Ao não fazer isso, corremos o risco de culpá-los.”