Adolescentes inseguros usam mídias sociais para assediar ou ameaçar namorados

fevereiro 9, 2016
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ANN ARBOR—Uma adolescente recebe mensagens de texto do namorado bem mais tarde do que esperava. Ela fica insegura e ansiosa e começa a imaginar se seu parceiro está a traindo.

Muitas vezes, é assim que ela passa dos limites e começa o “abuso digital de namoro,” dizem os especialistas. Cheia de dúvidas, a adolescente envia inúmeras mensagens de texto ao seu namorado, perguntando onde ele está ou, assim que tiver uma oportunidade, checa o celular dele sem permissão para acalmar sua ansiedade.

Esse comportamento de perseguição on-line é descrito como intrusão eletrônica — e é comum em relações e namoros que acontecem principalmente no colegial, de acordo com um novo estudo dos pesquisadores da Universidade de Michigan, que continuam seu trabalho com os estudantes universitários.

Adolescentes inseguros usam mídias sociais para criar um ciclo de ansiedade, onde as plataformas como Facebook, Twitter, Snapchat e Instagram servem tanto como um gatilho para a ansiedade de relacionamento quanto uma ferramenta para vigilância do parceiro para aliviar essa ansiedade.

E enquanto a mídia digital pode ter impactos positivos sobre o namoro, gerando mais qualidade e proximidade, o comportamento intrusivo eletrônico pode afetar negativamente a saúde mental dos parceiros e a sensação de segurança no relacionamento, disse Lauren Reed, autora principal do estudo. Esses comportamentos poderiam escalar para abuso emocional e violência durante um encontro.

“Para indivíduos ansiosamente apegados, o acesso à informação digital sobre um parceiro adicionado à capacidade de contato constante pode dificultar a negociação dos limites digitais,” disse Reed, também estudante de doutorado do Departamento de Psicologia da U-M.

Reed e seus colaboradores entrevistaram cerca de 700 estudantes do ensino médio, que foram indagados sobre seu relacionamento atual ou mais recente, bem como a frequência do uso da Internet e mídia digital. Os alunos relataram que eles enviaram ou receberam entre 51-100 mensagens de texto por dia e gastaram cerca de 22 horas por semana na mídia social.

Eles frequentemente monitoraram seus parceiros e atividades usando a mídia social, checando as pessoas com quem o parceiro fala e o pressionando para responder rapidamente às chamadas e mensagens.

As meninas, mais frequentemente envolvidas em intrusão eletrônica, passam mais horas na mídia social e têm mais ansiedade do que os meninos, disse Reed. Na verdade, garotas consideram a intrusão eletrônica um componente necessário para manter um relacionamento.

Enquanto isso, meninos usam intrusão eletrônica para manter controle dos relacionamentos, ela disse.

Os resultados estão publicados na revista eletrônica Computers in Human Behavior.

 

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