Adolescentes mais seguros com sua identidade racial têm amizades mais diversificadas
ANN ARBOR—Crianças muitas vezes procuram respostas dos pais, dos amigos e da mídia para entender melhor sua identidade racial.
Os meninos, que demonstraram se sentir mais seguros sobre sua raça durante a coleta desta pesquisa, irão provavelmente fazer amizade com pessoas mais diversas, segundo o novo estudo da Universidade de Michigan.
Os pesquisadores explicaram como a exploração da identidade étnico-racial e a aceitação/resolução podem afetar as redes de amizade entre os jovens em um ambiente diversificado, bem como seus parceiros ao longo do tempo.
A exploração expande o conhecimento do grupo. Quanto mais aprendem, mais preparados estão para encarar a sociedade, disse Deborah Rivas-Drake, professora de Psicologia e Educação da U-M.
A resolução significa ter mais clareza sobre o que é pertencer a uma raça.
“Os pais precisam abrir estas linhas de comunicação com seus filhos, se ainda não as fizeram,” disse Rivas-Drake, autora do estudo. “É como sexo e drogas — você quer ser a pessoa com quem o seu filho pode conversar, fazer perguntas. Neste caso, o assunto é raça.”
Cerca de 353 meninos, de diversos backgrounds, que estavam na 6 e 7 séries nas escolas do centro-oeste de Michigan, e concluíram o ensino médio na primavera de 2014, completaram a pesquisa sobre seus comportamentos ao aprender sobre sua etnia e sobre suas amizades. Seis meses e um ano depois responderam a pesquisa novamente.
Os meninos que demonstraram maior clareza sobre sua etnia ou raça tinham amigos mais diversificados no início do ano letivo seguinte e nas pesquisas de acompanhamento.
Rivas-Drake disse que ter amizades mais diversificadas pode levar a menos prejuízo, porque os adolescentes são capazes de aprender mais sobre outros grupos — além de potencialmente se sentir emocionalmente mais confortável entre eles.
Não houveram associações semelhantes para meninas, que em geral demonstraram a tendência em terem mais amizades diversas entre seus grupos.
Os pesquisadores também exploraram a extensão de quão cedo os adolescentes selecionaram amigos mais semelhantes a eles. Muitos “rebanhos” ficam unidos e seguem a linha étnica-racial como o esperado, mas eles ainda procuraram alguns amigos de outros grupos raciais, disse Rivas-Drake. Quando optarem por expandir as amizades, eles se empenharam para aprender sobre as identidades dos colegas, mais tarde naquele ano escolar.
“Desta maneira, jovens de diferentes grupos étnico-raciais têm mais possibilidades de formar novas conexões com base no compromisso compartilhado durante o processo de desenvolvimento de suas identidades,” ela disse.
Rivas-Drake colaborou no estudo com Adriana Umana-Taylor e David Schaefer, ambos da Universidade Estadual do Arizona e com Michael Medina, da U-M.
Os resultados aparecem em uma seção especial da revista Child Development, que lida com a identidade étnica e racial na juventude.
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