Ajustar a medicação pode reduzir o risco de queda de idosos

maio 2, 2017
Contact:

Elderly people icons via The Noun Project.com. Image credit: Milton Raposo C. Rêgo Jr., BRANN ARBOR — O simples ajuste na dose de medicação psiquiátrica de uma idoso pode reduzir o risco de queda, sugere um novo estudo da Universidade de Michigan.

A pesquisa descobriu que um aumento moderado dos sintomas depressivos entre as pessoas com mais de 65 anos foi associado com um aumento de 30% de alguma experiência com queda durante os próximos dois anos, disse Geoffrey Hoffman, pesquisador e professor assistente na Escola de Enfermagem da U-M.

Esta associação surgiu, em parte, para refletir o aumento da utilização de medicamentos psiquiátricos, disse ele. Formalmente, o estudo não mede o impacto do uso de medicação relacionado às quedas, mas quando a medicação psiquiátrica foi incluída no modelo experimental, a relação entre quedas e sintomas depressivos se tornou não significativa, segundo ele.

“Nós já apontamos que acreditamos que a relação entre depressão e quedas envolve o uso de medicação com implicações importantes para a segurança do paciente e a redução desses riscos de queda”, disse Hoffman. “Muitas intervenções para prevenir as quedas são caras e demoradas, mas esta é uma questão simples e barata que pode controlar as ameaças de queda: basta apenas incentivar o ajuste adequado da medicação psiquiátrica, caso o paciente faça o uso contínuo dela.”

Enquanto Hoffman e seus colegas descobriram que os sintomas depressivos entre idosos precederam de quedas, eles não comprovaram o contrário — que uma queda é seguida por sintomas de depressão durante os próximos dois anos. Isso é positivo no sentido de que a depressão parece não se estabelecer — pelo menos durante o período de tempo examinado neste estudo.

A equipe avaliou o risco de quedas, entre 2006 e 2010, de um grupo com 65 anos ou mais, durante a Pesquisa Nacional para Saúde e Estudo da Aposentadoria (National Health and Retirement Study.) Quando o uso de medicação foi examinado, a força da relação entre sintomas depressivos e quedas diminuiu.

Qual é a lição para o idoso? Se manter ativo e sempre estar atento a maneiras de reduzir os riscos de queda. Conversar com um membro da família ou um médico se ficar deprimido e também falar com o médico sempre que tiver perguntas sobre medicamentos.

E para as famílias e os médicos? Prestar atenção nos sintomas depressivos e confiar que os médicos estão pesando os riscos e os benefícios do uso da medicação psiquiátrica. Os médicos deverão prestar atenção especial à escolha e dosagem correta de medicação e conversar com os pacientes mais velhos sobre sintomas que indicam riscos de queda. Para fins do estudo, esses medicamentos incluíam tranquilizantes, antidepressivos e pílulas para os nervos.

Hoffman também disse que as sociedades geriátricas devem destacar a depressão e o uso da medicação nos seus protocolos de avaliação dos risco de uma caída e incentivar os médicos a tratarem dos idosos sempre se lembrando dos problemas e das ameaças de queda.

São gastos aproximadamente US $ 30 bilhões por ano com tratamentos em consequência de queda entre os idosos, e praticamente a metade das admissões nas casas de repouso seguem uma queda. Cerca de um terço dos americanos com 65 anos ou mais caem anualmente e cerca de 10% de todas as pessoas idosas são feridos durante quedas.

O estudo, “Depressive symptomatology and fall risk among community-dwelling older adults,” foi divulgado no jornal Social Science and Medicine.

Estudo
Geoffrey Hoffman