Apagando o paradoxo de gênero na América corporativa
ANN ARBOR—Os negócios nos Estados Unidos sofrem de um paradoxo de gênero. Estudos mostram que as empresas com paridade de gênero nos conselhos administrativos e nos cargos executivos superam as dominadas por homens. No entanto, as mulheres representam apenas 9% das posições de alta gerência e 5% dos CEOs das empresas Fortune 500.
Cindy Schipani, professora de Direito Empresarial da Universidade de Michigan, e sua colaboradora Terry Dworkin, da Universidade de Indiana e da Universidade de Seattle, afirmam que as empresas podem melhorar a representação de gênero e reduzir a diferença salarial, mudando as práticas de remuneração e mentoria. Elas também sugerem uma mudança legal que incentivaria as empresas a promover as mulheres.
“Para mim, esse paradoxo de gênero é intrigante porque a evidência de que empresas com mulheres na ‘C-Suite’ têm melhor desempenho é esmagadora”, disse Schipani. “Os exemplos desses negócios estão bem estabelecidos, mas não estamos vendo isso acontecer.” (C-Suite: termo utilizado para se referir os executivos de topo das empresas: CEO – Chief Executive Officer; CFO – Chief Financial Officer; CIO – Chief Information Officer; etc.)
A reforma legal que sugerem é que os tribunais considerem a falta de mulheres em posições de liderança uma presunção de discriminação.
“Esperamos que quanto mais a falta de mulheres em cargos de liderança seja exposta em casos legais e as empresas sejam forçadas a justificá-las no tribunal, maior seja o incentivo das empresas para resolver o problema. E resolver rapidamente”, disse Schipani.
Uma coisa que impede que as mulheres progridam profissionalmente é a diferença salarial. As pesquisadoras sugerem transparência salarial para combater a lacuna. Estudos mostram que as empresas onde os salários são conhecidos publicamente reduzem as diferenças salariais entre homens e mulheres.
A Google tem famosamente ignorado salários passados para evitar a repetição de eventuais desvantagens anteriores. Em vez disso, a empresa define o salário, considerando o ‘valor’ daquele trabalho.
“Sim, esta realidade pode ser melhorada com a legislação, mas as empresas podem corrigir a diferença de remuneração, prestando atenção a ela”, disse Schipani. “Você gerencia o que você mede.”
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