Aprendendo, servindo: alunos escolhem atividades alternativas para intervalo de primavera

março 5, 2019
Written By:
Fernanda Pires
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Alunos da Faculdade de Odontologia ensinam higiene bucal básica às crianças e realizam tratamentos odontológicos preventivos, como limpeza, selagem e aplicação de flúor. Crédito de imagem: Iniciativas Globais em Saúde Oral e Craniofacial

Alunos da Faculdade de Odontologia ensinam higiene bucal básica às crianças e realizam tratamentos odontológicos preventivos, como limpeza, selagem e aplicação de flúor. Crédito de imagem: Iniciativas Globais em Saúde Oral e Craniofacial

ANN ARBOR—As salas de aula estão vazias, mas os estudantes da Universidade de Michigan continuam aprendendo, se engajando e prestando serviços durante esta semana de férias de primavera. Dezenas estão em São Paulo, em estágios na área de negócios.

Centenas optaram por se inserir em comunidades de todo o mundo, para recarregar as baterias e provocar um impacto positivo.

Katrina Lovett, recém-formada pelo programa de higiene dental, escolheu passar as férias de primavera em Meru, no Quênia, no ano passado.

Juntamente com um grupo de nove outros alunos da Faculdade de Odontologia, ela ensinou higiene bucal básica às crianças, e realizou tratamentos odontológicos preventivos, como limpeza, selagem e aplicação de flúor.

“Esta viagem será sempre uma das minhas maiores realizações,” disse Lovett. “Nunca senti como se fosse um trabalho, embora passamos horas nos preparando para a viagem, oferecemos tratamento o dia inteiro enquanto estivemos lá, e fizemos relatórios quando voltamos.”

Breann Edwards, estudante de biologia, foi uma das líderes da Asian Youth Services em Chicago, durante as férias de primavera do ano passado. Ela ensinou jovens em situação de risco em um programa pós-escola que visa promover o sucesso acadêmico e o bem-estar geral.

“Sem fazer parte do [spring break alternativo], eu não teria descoberto que era tão apaixonada por saúde pública,” disse ela. “Eu cresci como pessoa em contato com esta organização e recomendo para qualquer estudante interessado em justiça social ou mesmo que queira aprender mais sobre o que significa justiça social e ser um cidadão ativo em nossas comunidades.”

No ano passado, quando estudantes se reuniram no Ginsberg Center e descobriram para onde estavam indo.

No ano passado, quando estudantes se reuniram no Ginsberg Center e descobriram para onde estavam indo.

Este ano, os estudantes da U-M estão passando o intervalo de primavera promovendo saúde pública na fronteira dos EUA com o México, ensinando teatro na África do Sul, desenvolvendo planos de negócios em Traverse City e em São Paulo, e fazendo trabalhos voluntários em todo o mapa.

Música clássica em um ambiente não tradicional

Pela primeira vez, alunos do Ethos String Quartet irão se apresentar juntos em três prisões estaduais em Michigan. Os músicos querem dar aos prisioneiros a oportunidade de ouvir e aprender sobre música clássica, que possa ser desconhecida para eles.

Estudantes do Quarteto de Cordas Ethos praticam para se apresentar em três prisões estaduais durante o intervalo de primavera.

Estudantes do Quarteto de Cordas Ethos praticam para se apresentar em três prisões estaduais durante o intervalo de primavera.

Os violinistas Nathaniel Cornell e Chihiro Kakishima, o violista Ali Friedman e a violoncelista Cecelia Sha tocarão música clássica e conduzirão sessões de perguntas e respostas, e atividades interativas com os presos.

Os alunos dizem que é importante explorar o que a música pode realizar, além do entretenimento, em ambientes não tradicionais e como as pessoas podem se engajar com essas práticas em contextos desafiadores.

“Também queremos promover um senso de comunidade através de uma experiência compartilhada,” disse Friedman, aluna de Mestrado em Serviço Social. “E para incentivar a empatia e compreensão entre os membros da comunidade externa e os presos.”

Essas experiências do intervalo de primavera sustentam o desempenho acadêmico dos alunos e moldam seu crescimento profissional.

Lovett, a estudante de higiene dental, agora trabalha em um consultório pediátrico, enquanto estuda para um Programa Público de Prevenção Dental, que permite que higienistas dentais colaborem com dentistas e prestem serviços para populações carentes em Michigan.

“Eu nunca pensei que queria trabalhar com crianças até fazer esta viagem,” disse ela. “E em um futuro próximo, posso voltar a retribuir. Já comecei a frequentar escolas locais para ministrar cursos de dias de educação odontológica.”

O professor de Odontologia Carlos González-Cabezas leva estudantes, como Lovett, ao Quênia há nove anos. Ele diz que os benefícios para a comunidade e os estudantes são duradouros.

“Essa experiência tem um dos impactos mais profundos nesses anos de treinamento,” disse González-Cabezas, diretor de Iniciativas Globais em Saúde Oral e Craniofacial. “Como resultado dessa experiência, vários ex-alunos do programa optaram por trabalhar em odontologia pediátrica que atende crianças de baixa renda”.

Aqui, você pode ver alguns exemplos do que os alunos da U-M estão fazendo este ano: myumi.ch/6k348