Espaços de coworking: onde todos sabem o seu nome
ANN ARBOR – Muitas vezes, existe aquela dor de cotovelo de quem trabalha remotamente ou como freelancer. Eles ganham tempo por não precisar dirigir ou mesmo se arrumar para ir até o escritório. No entanto, muitas vezes, o isolamento e a falta do convívio social ficam esquecidos.
Novas pesquisas sobre coworking ou seja, escritórios compartilhados, indicam que a necessidade de tais espaços cresce à medida que eles são parte importante no relacionamento comunitário e também na hora de pagar o aluguel, disse Gretchen Spreitzer, professora de Administração e Organizações da Escola de Negócios Ross, da Universidade de Michigan.
“Nós ficamos interessados nesses espaços coworking depois que uma exploração precoce dessa realidade revelou que as pessoas estavam investindo dinheiro para trabalhar nesses espaços, não propriamente pelo espaço do escritório em si, mas para fazer parte de uma comunidade”, disse Spreitzer.
Spreitzer e os coautores Peter Bacevice, da empresa de design e arquitetura HLW International, e Lyndon Garrett, estudante de doutorado da U-M, analisaram como os membros de um espaço de coworking constroem um senso de comunidade através de suas práticas diárias.
Os escritórios coworkers são espaços de trabalho com base em associação/membros, onde freelancers, trabalhadores remotos e outros profissionais independentes trabalham juntos em um ambiente compartilhado, em comum.
“Espaços compartilhados criam um sentimento mais forte de comunidade do que a maioria dos ambientes de trabalho tradicionais, e nós queríamos saber como isso acontece”, disse Spreitzer.
Os pesquisadores então conduziram um estudo de várias frentes com três questões importantes: como os espaços de coworking se posicionam, como co-trabalhadores constroem sua comunidade e como o coworking afeta a experiência do trabalho dos membros.
Para responder à pergunta sobre posicionamento, Spreitzer e seus colegas codificaram uma grande amostra de espaços ao redor do mundo para entender a paisagem do coworking. Para a construção da comunidade, eles realizaram um estudo de seis meses de um espaço de coworking, incluindo entrevistas com os membros e observações dos participantes. Por fim, eles fizeram um estudo com levantamento de informações de vários membros de 20 espaços de coworking.
A primeira constatação foi que para as organizações promoverem uma autêntica experiência de comunidade, elas devem permitir que isso aconteça de forma colaborativa e autônoma.
As organizações que desejam promover um senso de comunidade podem se beneficiar da incorporação de certas práticas vistas em espaços de coworking, como:
- Deixar claro o objetivo de comunidade no local de trabalho e procurar membros que compartilham esse mesmo objetivo durante o processo de contratação.
- Proporcionar oportunidades para relações autônomas, incluindo eventos sociais e chances para que eles desenvolvam rotinas compartilhadas.
- Incentivar funcionários a terem domínio sobre a comunidade de trabalho, oferecendo oportunidades de envolvimento que vão além das responsabilidades dos papéis designados.
“O objetivo deve ser o de criar uma arena onde os funcionários podem acessar os recursos que precisam para construir para si um sentido de comunidade e um clima onde eles se sentem habilitados em fazê-lo”, disse Spreitzer. “Autonomia sobre como, onde e quando trabalhar, como também processos de decisão democráticos ajudam na criação de uma sensação de comunidade em um espaço de trabalho tradicional.”