Flexibilidade no local de trabalho não é apenas problema de mães

maio 1, 2018
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Imagem do conceito que descreve o equilíbrio dos negócios e estilo de vida. (imagem)

ANN ARBOR—O equilíbrio entre trabalho e vida pessoal não é uma questão exclusiva das mulheres, particularmente das mães – mesmo os homens, e até aqueles que não têm filhos, podem sofrer quando sentem que sua cultura no local de trabalho não é familiar, segundo novo estudo.

Quando os funcionários acham que suas carreiras serão afetadas quando se afastarem do trabalho por motivos familiares ou pessoais, eles têm menor satisfação no trabalho e experimentam mais transtornos na vida profissional. Além disso, é mais provável que desejem deixar seus empregos, dizem pesquisadores da Universidade de Michigan e da Universidade Estadual da Califórnia, Channel Islands.

A coautora do estudo Erin Cech, professora assistente de Sociologia da U-M, afirma que os impactos negativos desse tipo de cultura no local de trabalho têm o potencial de afetar todos os funcionários. Isso ressalta a necessidade de reformar as estruturas de trabalho que ameaçam penalizar os funcionários por tentarem equilibrar o trabalho e a vida doméstica – independentemente dessas vidas incluírem ou não crianças, disse ela.

O estudo se concentrou em compreender a “norma ideal do trabalhador” – uma crença que muitos empregadores têm de que os indivíduos devam se dedicar integralmente a eles, disponíveis para trabalhar em tempo integral até a aposentadoria e ter poucas interrupções da família.

Os pesquisadores testaram a tendência de flexibilidade no local de trabalho usando uma amostra nacionalmente representativa de mais de 2.700 trabalhadores (metade eram homens). Eles responderam sobre satisfação na empresa, engajamento, se levam trabalho para casa e intenções de rotatividade.

Os entrevistados relataram suas crenças sobre ambiente de trabalho, especificamente se sentiam que poderiam pedir folga por razões pessoais ou familiares e ainda progredir em seus cargos ou carreiras.

Quase 40 por cento acham que os funcionários dificilmente conseguem progredir no trabalho quando pedem folga. Muitos entrevistados eram cuidadores ou usavam um horário de trabalho flexível.

As pessoas normalmente acham que apenas mulheres e mães enfrentam problemas de trabalho e família, e precisam de uma agenda mais flexível, como trabalho à distância, trabalho de meio período ou compartilhamento de trabalho. A sociedade acredita que são as mulheres que carregam o peso da cultura de trabalho hostis, quando na verdade afetam todos os gêneros, diz Lindsey Trimble O’Connor, principal autora e professora assistente de Sociologia da Universidade Estadual da Califórnia, Channel Islands.

Essa cultura de falta de flexibilidade, segundo os pesquisadores, deixa os funcionários com pouco controle sobre sua agenda, se sentindo sem apoio de suas empresas ou infelizes, sabendo que os empregadores podem estar discriminando aqueles que lidam com responsabilidades pessoais.

O que as organizações podem fazer? Não é suficiente que elas tenham políticas sobre a vida profissional e pessoal somente “nos livros.” As empresas precisam promover uma cultura em que os trabalhadores sintam que podem usar essas políticas sem que suas carreiras sejam penalizadas, afirmam os pesquisadores.

Os resultados aparecem na revista Sociological Perspectives.

Estudo
Erin Cech
Lindsey Trimble O’Connor