Mulheres que entram na transição menopausal mais cedo devem esperar sintomas por mais tempo

Mulheres que entram na transição menopausal mais cedo devem esperar sintomas por mais tempoANN ARBOR—Quando se trata de menstruação, muitas mulheres podem estar inclinadas a dizer, “Que venha a menopausa,” uma vez que já passaram a fase de gravidez e agora esperam se livrar dos períodos mensais.

Mas uma nova pesquisa da Universidade de Michigan descobriu que as mulheres devem ter mais cuidado com o que desejam porque essa alternativa pode significar muito mais tempo gasto com os incômodos e às vezes com os sintomas de saúde que acompanham a transição da menopausa.

Pesquisadores da Escola de Saúde Pública e da Escola de Medicina da U-M descobriram que as mulheres que têm menos de 45 anos quando começam a observar mudanças em seus ciclos mensais, além de outros sintomas, podem ter uma transição menopausal mais longa do que aquelas que começam a sentir os sintomas com 51 anos ou mais tarde. A duração da transição pode ser quase o dobro para mulheres mais jovens do que para aquelas que entram na transição mais tarde, com 8,57 anos contra 4,37.

“A duração da transição menopausal — quando os períodos menstruais começam a mudar, podem se tornar mais ou menos frequentes ou pode não haver menstruação. Ou podem ser mais leves ou mais intensos — varia de apenas dois anos à até 8-10 anos,” disse Sioban Harlow, professor de Epidemiologia da Escola de Saúde Pública da U-M.

“Entender que a idade do início da transição menopausal influencia o tempo de sua duração pode ajudar as mulheres à gerenciarem melhor sua saúde, seus sintomas e planejarem os métodos de contracepção e cuidados preventivos”.

Os sintomas da transição menopausal também incluem alterações de humor, suores noturnos e dificuldade para dormir. Há mulheres que sofrem de problemas emocionais, secura vaginal e diminuição do desejo sexual. Algumas pesquisas sugerem que a longo prazo, as mulheres podem enfrentar perda óssea e alterações no risco cardiovascular.

Durante o estudo multi-étnico, publicado na versão online do jornal Menopause, 1.145 mulheres que participam do Study of Women’s Health Across the Nation monitoraram seus ciclos mensais e sintomas de 1996 até 2006. As mulheres foram recrutadas em Boston, sudeste de Michigan, Los Angeles e Oakland, na Califórnia.

O estudo avaliou essa diferença de idade do início da menopausa através de quatro grupos raciais/étnicas: mulheres brancas, chinesas, japonesas e afro-americanas. A grande diferença que os pesquisadores acharam exclusiva entre os grupos, foi que mulheres afro-americanas têm uma transição mais longa que as mulheres brancas.

“Como a duração e a quantidade do fluxo menstrual aumenta significativamente durante a transição da menopausa, um período mais longo pode significar que as mulheres com miomas ou com sangramento uterino anormal podem estar tendo mais dificuldade em lidarem eficazmente com a perda de sangue,” disse Harlow. “Esta questão pode ser particularmente importante para as mulheres afro-americanos, que apresentaram transições mais longas e têm um risco maior de ter miomas”.

Os pesquisadores dizem que suas descobertas podem informar médicos e seus pacientes sobre a melhor forma de gerenciar os sintomas da transição menopausal. A decisão sobre o uso de hormônios, por exemplo, é um desafio para as mulheres e seus médicos porque os tratamentos têm efeitos colaterais.

“As mulheres com um início da menopausa mais cedo poderão optar por intervenções em antecipação de uma duração mais longa dos sintomas e preocupações, considerando que as mulheres com um início mais tarde podem renunciar a terapia com a expectativa de terem um período mais curto de transição,” disse John Randolph, professor de Obstetrícia e Ginecologia no Sistema de Saúde da U-M. “Os riscos relativos, os benefícios e custos da terapia médica versus cirurgia podem ser discutidos com maior confiança ao saber quanto tempo um tratamento pode ser necessário.”

O tabagismo também foi associado ao início mais cedo de sintomas da menopausa e à uma duração mais curta, e a obesidade foi ligada a um começo mais tarde, mas sem diferença na duração.

 

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