Pacientes com pneumonia têm chance dobrada de sofrer de depressão, deficiências físicas e mentais

março 19, 2013
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Deficiências cognitivas e funcionais de longa duração seguidas por hospitalização por pneumonia são comparáveis aos efeitos nocivos para a saúde de uma doença cardíaca

ANN ARBOR, Michigan — A longo prazo, as consequências de uma pneumonia podem ser mais prejudiciais para a saúde do paciente do que ter um ataque cardíaco, de acordo com uma pesquisa conjunta do sistema de saúde da Universidade de Michigan e da Escola de Medicina da Universidade de Washington.

Adultos mais velhos que são hospitalizados por pneumonia têm um risco significativamente maior de ter novos problemas que afetam a capacidade de cuidar de si próprio, e os efeitos são comparáveis aos que sobrevivem a um ataque cardíaco ou a um acidente vascular cerebral (AVC), de acordo com novas descobertas no Jornal Americano de Medicina.

“Claramente, a pneumonia não é apenas um grande fator de risco à vida, mas também um evento que pode mudar profundamente a vida de uma pessoa,”, diz o autor sênior e médico Theodore J. Iwashyna, P.h.d., professor assistente de Medicina Interna da U-M. Ele também trabalha com o Instituto de Pesquisa Social e com o Centro de Serviços aos Veteranos, no setor de Pesquisa Clínica de Gestão. “Os possíveis cuidados crônicos necessários e a redução na qualidade de vida dos sobreviventes são comparáveis aos efeitos de uma doença do coração, mas investimos muito menos recursos para prevenção de pneumonia.”

Pacientes que foram tratados por pneumonia – mesmo incluindo aqueles que foram hospitalizados apenas uma vez em um período de nove anos e que não requerem cuidados intensivos – têm o dobro de chance de desenvolverem novas deficiências cognitivas. Estes novos problemas cerebrais são tão grandes que muitas vezes provocam invalidez nos idosos e levam à admissão desses pacientes em casas de repouso. Após o tratamento de pneumonia, pacientes também tinham risco praticamente dobrado de sintomas depressivos substanciais.

Após a hospitalização, os pacientes com pneumonia também tinham um risco muito maior de perder a capacidade de manter as atividades diárias como andar, cozinhar ou a capacidade em usar o banheiro sem assistência.

“Até mesmo as internações por causa de pneumonia leve podem ter resultados negativos de longo prazo com uma magnitude muito maior do que pensávamos anteriormente,” diz o autor e médico Dimitry S. Davydow, Mestre em Saúde Pública, e professor assistente de Psiquiatria na U-W. “A prevenção e as intervenções na pneumonia são fundamentais considerando as consequências dispendiosas e prejudiciais para os pacientes.”

A pneumonia é responsável por aproximadamente 390.000 internações anuais de adultos mais velhos, com um custo de mais de 7,3 bilhões aos convênios médicos – e o número de internações por causa dessa doença deve dobrar até 2040. Quase a metade dos sobreviventes de pneumonia morrem dentro de um ano.

Entre os métodos de prevenção estão uma melhor oportunidade de tratamento e adequação de antibióticos, a vacinação contra a gripe e a triagem de depressão em adultos mais velhos vítimas da pneumonia.

A pesquisa foi realizada com participantes de um Estudo sobre Saúde e Aposentadoria, uma amostra nacional representando os americanos mais velhos, que é conduzido pelo Instituto de Pesquisa Social da U-M, em prol do Instituto Nacional de Envelhecimento.