Para um melhor “eu”, é preciso ter um “nós” de apoio

setembro 27, 2017
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Ilustração conceitual da família. Crédito da imagem: Kaitlyn BeukemaANN ARBOR – Se você é um daqueles indivíduos sortudos com alta motivação e que perseguem ativamente os objetivos de crescimento pessoal, agradeça sua família e amigos que o apoiam.

As pessoas que veem seus relacionamentos como suporte se esforçam com mais confiança para seu crescimento, mostra novo estudo da Universidade de Michigan.

Os pesquisadores da U-M usaram dados de amostras dos Estados Unidos e do Japão para determinar se o crescimento pessoal é resultado dos traços de um indivíduo ou das relações positivas que eles possuem com os outros.

No Estudo #1, cerca de 200 participantes foram distribuídos aleatoriamente em uma das três condições de relacionamento: de suporte, não-suporte e neutro. Nas duas principais condições, alguns tiveram que considerar uma pessoa em sua vida com quem eles se sentiam confortáveis ​​(ou não) e não se preocupavam (ou se preocupavam) por serem abandonados por eles. O grupo neutro teve que considerar um conhecido com quem eles não tinham sentimentos fortes.

Os participantes liam um cenário hipotético no qual tinham que escolher entre um trabalho com maior remuneração e com alta familiaridade (Empresa A) ou um trabalho de menor remuneração, que exigia aprendizado, o que ajudaria seu desenvolvimento de carreira à longo prazo (Companhia B).

Entre os participantes do grupo de suporte, 65% selecionaram a Companhia B, enquanto que 40% daqueles sem suporte ​​escolheram a mesma empresa. E 50% do grupo neutro escolheram a Companhia B.

Os participantes que pensavam em uma pessoa de suporte estavam mais dispostas a escolher um emprego que promovesse o crescimento pessoal, mesmo com salários mais baixos, em parte porque eles tinham mais autoconfiança, segundo o estudo.

Os estudos #2 e #3 analisaram a percepção das pessoas sobre o apoio recebido dos familiares e amigos para determinar tendências de crescimento pessoal em duas culturas.

Usando dados do Survey of Midlife Development nos Estados Unidos, mais de 3.800 participantes no Estudo #2 avaliaram o suporte recebido de familiares e amigos. As perguntas incluíram: “Quanto sua família (e seus amigos) realmente se preocupa com você?” e “Quanto você pode abrir para eles sobre suas preocupações?” O questionário também avaliou a vontade individual de desenvolver potencial e crescer como pessoa, bem como de autoconfiança.

As pessoas que relataram ter relacionamentos com suporte tinham maior vontade de crescer pessoalmente e se sentiam mais confiantes, revelou o estudo. Os resultados foram semelhantes nos dados do Survey of Midlife Development no Japão, que analisaram cerca de 1.000 pessoas.

“Quanto maior o suporte da pessoa, maior sua tendência de crescimento pessoal, mesmo em uma cultura que coloca mais ênfase no coletivo e não no indivíduo”, disse David Lee, o principal autor do estudo que obteve seu doutorado em Psicologia na U-M.

Em geral, os resultados apoiam a perspectiva “Eu através de nós”, o que significa que as tendências sociais de se conectar com os outros e as pessoais de se esforçar e crescer como indivíduo não são mutuamente exclusivas e podem aumentar e ampliar uma à outra.

“Em outras palavras, os relacionamentos não são necessariamente conflitantes, mas ajudam a sustentar o crescimento pessoal”, disse Oscar Ybarra, professor de Psicologia e de Gestão e Organizações da U-M.

As descobertas abordam tanto a importância de se distinguir dos outros, cumprindo objetivos pessoais, quanto também ser um bom integrante de um grupo, cumprindo obrigações sociais e cultivando relacionamentos de apoio.

“Construir conexões sociais positivas com os outros deve colocar as pessoas em uma boa posição para receber apoio social, o que é fundamental para o crescimento pessoal. Assim como é importante também permitir que as pessoas busquem um equilíbrio entre dois valores fundamentais: se esforçar e se conectar”, disse Lee, agora pós-doutorando na Ohio State University.

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