Serviços sociais e de saúde pública são cruciais na luta contra o HIV/AIDS

março 20, 2018
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Símbolos para saúde física e mental

ANN ARBOR—Os pacientes com risco de contrair o HIV precisam estar vinculados a alguns serviços importantes – como programas de saúde mental e de troca de seringas – que os ajudarão a manter cuidados, aderir à medicação adequada e evitar a reinfecção, sugere um novo estudo da Universidade de Michigan.

Liderado pelo professor brasileiro, Rogério Meireles Pinto, da Escola de Serviço Social, o estudo destaca o papel crucial dos profissionais de serviços sociais e de saúde pública na hora de ajudar os pacientes acessarem os serviços de HIV que salvam vidas.

Antes de 2012, enfermeiros, assistentes sociais e educadores foram encorajados e treinados para orientar pacientes a procurar intervenções comportamentais para ajudá-los a modificar seus comportamentos e se protegerem contra a transmissão e infecção do HIV. Uma mudança na política, que em vez de focar em qualquer pessoa sob risco, mas sim em direcionar naqueles com maior risco, chamado grupo “Prevenção de Alto Impacto,” tornou estas intervenções menos disponíveis (e foram descontinuadas).

A nova política ditou que os profissionais da saúde e educação deveriam alcançar o maior número possível de pessoas para fazer o teste de HIV e conectá-los com os cuidados primários do HIV, a fim de receber medicação anti-retroviral que possa manter os pacientes vivos e prósperos.

“Levou algum tempo para esses profissionais mudarem as prioridades e também para começarem a confiar que fazer referências a outros provedores em outras agências de serviços não levaria a perda de pacientes,” disse Pinto.

Pinto e colaboradores usaram dados de cerca de 380 provedores – que incluem trabalhadores sociais, educadores de saúde e navegadores de pacientes – de 36 agências em Nova York, entre 2013-2014. As agências forneceram serviços médicos, tais como testes de HIV e cuidados especiais, e/ou assistência psicossocial, incluindo aconselhamento sobre HIV, tratamento de abuso de substância e serviços de habitação.

A principal descoberta do estudo é que os provedores cujas organizações oferecem intervenções comportamentais de prevenção do HIV são mais propensos a vincular os pacientes ao teste de HIV e aos cuidados primários do HIV.

É importante que os profissionais “orientem os clientes através do sistema de saúde para aumentar e manter os cuidados fazendo contato intensivo nos primeiros seis meses de atendimento,” disse Pinto, especialista do Instituto para Política e Inovação em Saúde da U-M.

O estudo também levou em consideração a raça dos provedores, onde muitos se identificaram como hispânicos ou afro-americanos. Os profissionais não-brancos se demonstraram menos propensos a vincular clientes a certos serviços, talvez devido a disparidades raciais, por não confiarem em como esses serviços de alto impacto foram lançados sem uma forte participação comunitária, disse Pinto.

Estudo
Rogério Pinto