U-M está novamente entre os líderes no envio de estudantes ao exterior
ANN ARBOR—Dois palhaços, a Aurélia e o Wonderful, com roupas coloridas e maquiagem, andam pelos corredores do hospital, no Rio de Janeiro, com Julia Timko, recém formada pela Escola de Música, Teatro e Dança da Universidade de Michigan.
Eles estão lá para interagir com os profissionais de saúde e pacientes, principalmente crianças doentes, e ajudá-los a se relacionar, emocionalmente, uns com os outros. Durante uma manhã ensolarada deste verão, Timko seguiu, com entusiasmo, os palhaços da Enfermaria do Riso durante três horas.
É o primeiro programa do país a treinar estudantes de teatro em linguagem de palhaços para ambiente hospitalar, acreditando que “o riso é o melhor remédio.” Clowning é considerado uma habilidade de atuação difícil e de alto nível, e fazê-lo em um espaço sensível como um hospital pode ser ainda mais complexo.
“Eles entretiveram pacientes em salas de espera, brincaram com enfermeiras e médicos que também entravam nas brincadeiras,” diz Timko. “Quando entramos no quarto com crianças que estavam muito doentes, soprei bolinhas de sabão e fui convidada para cantar algumas canções de ninar. Nunca esquecerei aquele dia”.
Timko conta que essas serão sempre as lembranças mais preciosas do seu programa de estudo no Brasil, com o projeto Prison Creative Arts. O programa leva estudantes da U-M ao Rio de Janeiro e a Florianópolis para serem observadores participantes no trabalho teatral que realizam em prisões, bairros desfavorecidos e hospitais.
Para Timko, ter ido ao Brasil foi edificante. Ela diz que ver tantas pessoas trabalhando ativamente para melhorar a sociedade através das artes fez com que ela sentisse como se os problemas não fossem tão insuperáveis quanto pareciam.
“Depois de voltar, estou tentando estar mais atenta às questões de justiça social em escala global e às formas que podemos aprender com práticas de diferentes culturas”, diz ela.
No ano acadêmico de 2015-16, como Timko, um total de 2.801 estudantes da U-M viajaram para 127 países, em programas de educação no exterior, com validação de crédito, de acordo com o relatório anual Open Doors do Instituto de Educação Internacional, uma organização sem fins lucrativos baseada em Nova York.
É o quinto ano consecutivo, que a U-M está entre as top 10 instituições de ensino superior norte-americanas que mais envia estudantes para o exterior, de acordo com um novo relatório.
“Através do envolvimento internacional, nossos alunos desenvolvem uma série de habilidades que são críticas para seu desenvolvimento como futuros cidadãos e contribuintes para a sociedade”, diz James Holloway, vice-prefeito da U-M para envolvimento global e assuntos acadêmicos interdisciplinares. “Eles aprendem a ser mais criativos, flexíveis e responsáveis do mundo”.
No total, também incIuindo experiências no exterior, mas sem validação de créditos, a universidade enviou 4.697 alunos para outras partes do mundo em 2015-16, quase o dobro do número do relatório Open Doors.
“Estamos entusiasmados que muitos de nossos estudantes de Michigan possam ter uma experiência internacional”, diz Holloway. “Essas experiências são oportunidades críticas de aprendizagem que não podem ser substituídas por compromissos no campus ou digitais, são experiências que os ajudam a aprender a se conectar com outras pessoas muito diferentes de si mesmos e a descobrir como os valores culturais entram nas decisões que todos fazemos como seres humanos.”
A ex-estudante de teatro concorda. Agora,Timko está trabalhando com crianças autistas em uma escola primária no subúrbio de Detroit. “Esta experiência realmente reforçou minha crença de que quero passar minha vida ajudando as pessoas, trazendo amor e cuidado à lugares que são frequentemente negligenciados,” diz.