ANN ARBOR – O rosto com lágrimas de alegria é o emoji mais usado entre os brasileiros, seguido pelo  e pelo , de acordo com um novo estudo do uso global de emojis. Mundialmente,  também é o preferido. Apenas os franceses, país que mais utiliza emojis em suas mensagens, preferem o .

Pesquisadores da Universidade de Michigan e da Universidade de Pequim analisaram 427 milhões de mensagens de quase 4 milhões de usuários de smartphones em 212 países e regiões para ver se o uso de emojis era universal ou diferenciado com base na localização e cultura do usuário.

Eles utilizaram um aplicativo popular de entrada chamado Kika Emoji Keyboard, disponível em 60 idiomas. Acredita-se que a pesquisa é a primeira análise em grande escala do uso de emojis.

“Os emojis estão em toda parte, eles estão se tornando uma linguagem onipresente que une todas as pessoas em diferentes culturas”, disse Wei Ai, estudante de doutorado da Escola de Informação da U-M e um dos principais autores deste estudo.

Ai e seus colaboradores descobriram que  é o emoji mais popular, compreendendo 15,4 por cento dos símbolos totais no estudo.  e  ficaram com a segunda e a terceira colocação entre os mais utilizados.

De acordo com as descobertas, os franceses adoram usar um emoji, o que acontece em quase 20% das mensagens, incluindo pelo menos um símbolo, seguido por russos e americanos. O Brasil está entre os países TOP 10 e ficou com a sexta colocação. Na linha das percepções da cultura, os românticos franceses abraçam ícones associados com corações, enquanto os usuários de outros países preferem emojis relacionados a rostos.

Os pesquisadores também exploraram outras preferências culturais no uso de emojis. Países com altos níveis de individualismo, como a Austrália, a França e a República Tcheca, utilizam mais emojis felizes de forma esmagadora, disseram.

Países onde os laços entre indivíduos estão integrados e próximos, como México, Chile, Peru e Colômbia, usam mais emojis expressando tristeza, raiva e sentimentos negativos.

As pessoas em sociedades de orientação de longo prazo – franceses, húngaros e ucranianos – que tendem a valorizar o futuro (como a perseverança e poupança) têm menor probabilidade de usar emojis negativos do que aqueles que vivem em sociedades com baixa orientação à longo prazo como México, Colômbia, Peru e Israel.

Ao contrário, países como México, Colômbia, Chile e Argentina, que não têm percepções como culturas altamente indulgentes, não usam emojis mais positivos expressando felicidade. Em vez disso, o estudo descobriu que eles são mais propensos a usar símbolos negativos, em comparação com as culturas conhecidas por moderação e auto-disciplina, como Turquia, França e Rússia.

“Nosso relatório mostra que usuários de diferentes países podem ter várias preferências para usar emojis”, disse Qiaozhu Mei, professor da Escola de Informação da U-M. “A classificação de emojis mostrada nos nossos resultados deveria servir como uma ‘consciência do país’ para os usuários.”

A pesquisa ainda sugere que métodos de entrada poderiam ser desenvolvidos para indicar o futuro dos emojis para os usuários.

O estudo foi publicado na Conferência Ubicomp 2016.

Estudo
Wei Ai
Qiaozhu Mei