Idosos mais otimistas julgam e têm memória melhor

junho 15, 2016
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ANN ARBOR — Quando os idosos se sentem otimistas sobre o futuro, eles ficam menos propensos a ter problemas de memória, de julgamento e resolvem os problemas com mais facilidade, comprova uma nova pesquisa realizada na Universidade de Michigan.

O otimismo tem sido associado a comportamentos de saúde positivos, tais como exercitar e comer mais saudável, além de diminuir os riscos de problemas de saúde, incluindo ataques cardíacos e derrame.

Este é o primeiro estudo a avaliar a relação entre o otimismo e a saúde cognitiva de adultos com mais de 65 anos. Os pesquisadores usaram dados do estudo “Aposentadoria e Saúde”, uma pesquisa nacional financiada pelo Instituto Nacional sobre Envelhecimento, conduzida pelo Instituto de Pesquisa Social da U-M.

Durante um período de quatro anos, cerca de 500 dos 4.600 participantes do estudo desenvolveram comprometimento cognitivo, uma condição em que eles enfrentam a diminuição da memória e/ou têm dificuldade em resolver problemas e tomar decisões. No entanto, os participantes do estudo que relataram alto nível de otimismo apresentaram risco de comprometimento cognitivo menor, disseram os pesquisadores.

Os resultados são importantes, considerando que a projeção é de um aumento do número de idosos que vivem com comprometimento cognitivo e demência de 5,1 milhões em 2015 para 13,8 milhões em 2050. Além disso, os custos de demência devem saltar de 226 milhões em 2015 para 1,1 trilhões em 2050.

“Acreditamos que se tratava de um tema importante para investigar. Pelo que sabemos, este é o primeiro estudo a examinar a ligação entre otimismo e comprometimento cognitivo dos idosos,” disse a autora do estudo Katerina Gawronski, formada pela U-M e agora na Universidade da Pensilvânia. “Descobrimos que o otimismo está diretamente associado à uma melhor saúde cognitiva ao longo do tempo.”

Gawronski e Eric Kim, da Universidade de Harvard, realizaram a pesquisa como estudantes da U-M.

Os pesquisadores dizem que os estudos controlados e randomizados têm mostrado que o otimismo pode ser modificado de uma maneira bem simples, usando exercícios de lápis e papel. Por exemplo, escrever sobre o “melhor possível de você mesmo” tem demonstrado aumentar o otimismo.

“Portanto, o otimismo pode ser um novo e promissor destino para a prevenção e estratégias de intervenções que visem melhorar a saúde cognitiva,” disse Kim.

Os resultados do estudo aparecem na edição on-line da revista Psychosomatic Medicine.