Peso ganho pelas mães entre gestações pode impactar chance de sobrevivência dos bebês
ANN ARBOR — Ganhar peso entre uma gravidez e outra pode aumentar o risco das mulheres perderem seu bebê ainda no ventre ou durante seu primeiro ano de vida, descobre pesquisa liderada pela Universidade de Michigan.
Em um estudo, que aparece na revista The Lancet, pesquisadores da Escola de Saúde Pública da U-M e do Instituto Karolinska, em Estocolmo, descobriram que as mulheres que aumentaram o Índice de Massa Corporal (IMC) em mais de quatro pontos, comparando a primeira gravidez à segunda, apresentaram uma chance 50% maior de ter morte fetal quando comparadas às mulheres cujo IMC variou apenas um ponto (para mais ou para menos) da sua primeira gravidez. Para calcular o IMC é preciso dividir o peso (em quilogramas) pela altura (em metros) ao quadrado.
O risco de morte fetal aumentou conforme o acréscimo do IMC. O ganho de peso elevado também foi associado à uma maior porcentagem de mortalidade infantil: um índice 30% maior.
A maioria das mulheres que perdeu seus bebês dentro do primeiro ano de vida foram aquelas que começaram sua primeira gravidez com o IMC normal e ganharam peso excessivo durante a segunda gravidez. Essas mulheres apresentaram uma proporção 27% maior em sofrer a morte do seu segundo bebê, quando seu IMC aumentou de dois para quatro pontos e uma probabilidade 60% maior quando o IMC aumentou em quatro pontos ou mais.
As mulheres que estavam acima do peso durante sua primeira gravidez, definida como um IMC de 25 ou mais, mas que perderam peso antes da segunda gravidez, reduziram o risco de mortalidade infantil.
Os pesquisadores analisaram dados das duas primeiras gravidezes de quase 457.000 mulheres que deram à luz na Suécia, entre 1992 e 2012. As informações sobre elas foram colhidas pelo Swedish Medical Birth Register, que recolheu os dados de aproximadamente 98% de todos os nascimentos do país. O peso das gestantes foi avaliado no início de cada gestação.
Este é um novo estudo desta equipe, avaliando o peso das mães durante a gravidez e as chances de morte fetal, infantil, mortalidade neonatal e pós-neonatal. Anteriormente, os pesquisadores tinham estabelecido que a obesidade é um fator importante em partos prematuros e morte infantil.
O coautor do estudo, Eduardo Villamor, professor de Epidemiologia da Escola de Saúde Pública da U-M, disse que “limitar com segurança o peso que uma mulher deve ganhar durante a gravidez é um assunto que tem sido debatido e uma filosofia que mudou várias vezes ao longo dos anos.”
“Limitar o ganho de peso durante a gravidez das mulheres que já estão acima do peso pode resultar em menos retenção de peso pós-parto, mas os resultados de alguns estudos de intervenção não são conclusivos e sugerem que isto pode ser uma meta difícil de conseguir,” ele disse. “É possível que a prevenção precoce da obesidade em geral pode ser mais eficaz.”
Study (PDF): Weight change between successive pregnancies and risks of stillbirth and infant mortality: a nationwide cohort study
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